terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O monstro que me habita

Depois de 4 ou 5 dias de sessão Dexter, terminei a primeira temporada. Nos primeiros capítulos me peguei assustada, com medo de mim mesma. Por que teria eu tanta semelhança com um psicopata, um serial killer?
Ao desenrolar dos episódios, fui identificando pequenos detalhes na personalidade que mostram que a semelhança é tão natural que é sutil. O que pode parecer um tanto cruel pra alguns, pra ele, nada mais é que a verdade. A sua verdade.
Tem tanta coisa sobre mim que eu escondo, como algumas mentiras que contei. Algumas que continuo contando. E nesse jogo de indas e vindas, me vejo cada dia mais cercado de gente. De gente que não me conhece.
Uma das poucas que me conhece a fio, está de férias de mim. Imagino que a essa hora ela esteja lendo algum livro a beira da piscina, com a caçula ao lado. E essa falta de terapia me trouxe uma reviravolta na cabeça. Quero mudar tudo.

Quero não precisar fingir ser boa anfitriã. Quero poder falar que não quero ir a farme sem medo de demonstrar a sociopata que sou. Tenho aversão a multidão, a essa diversão fake. A pessoas mal educadas.
Na verdade, tenho medo da minha reação com pessoas mal educadas e mal agradecidas. Eu tenho um lado amargo que quase ninguém vê e, nessas situações, ele fica na epiderme. Qualquer descuido pode ocasionar em um grande estrago.
Eu não quero pessoas por perto, hoje. Apesar de não parecer - e até de eu falar o contrário, de vez em quando - eu não tenho problemas em ficar sozinha. Muito pelo contrário: as vezes é preciso, como agora.

Mas fique tranquilo, senhor leitor. Apesar de todo esse desabafo, não se assuste. Eu não costumo fazer mal a ninguém, exceto a mim mesma.

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